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1ª Semana Nacional Sobre Espécies Invasoras - As Motivações Dos Voluntários

A plataforma Invasoras.PT lançou, pela primeira vez, uma semana dedicada a aumentar a sensibilização e educação da população científica, associativa e da sociedade em geral sobre as invasões biológicas a nível nacional.


A plataforma Invasoras.PT lançou, pela primeira vez, uma semana dedicada a aumentar a sensibilização e educação da população científica, associativa e da sociedade em geral sobre as invasões biológicas a nível nacional. A primeira Semana sobre Espécies Invasoras de Portugal (SNEI), decorreu de 10 a 18 de Outubro. Foram 140 as iniciativas que 85 entidades diferentes ofereceram ao longo desta semana espalhadas por Portugal Continental e ilhas (Madeira e Açores).


A SPECO quis assinalar esta semana e acompanhou uma das primeiras actividades da SNEI  “Controlo de plantas invasoras: 23ª ação de voluntariado” no polo II da Universidade de Coimbra, área que já é alvo de acções de controlo desde 2018.


Questionámos os participantes sobre o que os motiva a agir e participar, e quais os conhecimentos acerca de invasões biológicas.


As questões foram as seguintes:

  1. O que @ motivou a participar nesta Semana Nacional Sobre Espécies invasoras, de 10 a 18 de Outubro, que decorreu pela primeira vez em Portugal?

  2. O que entende por espécie invasora?

  3. Que conhecimento possui acerca de invasões biológicas?


Estudantes de Biologia


Tomás Correia, 2º ano de de Biologia na Universidade de Coimbra


1. O que o motivou a participar nesta Semana Nacional Sobre Espécies invasoras, que decorreu de 10 a 18 de Outubro, pela primeira vez em Portugal!


Não tenho um interesse particular em seguir o estudo de plantas, mas tenho muito interesse em ecologia, e acho que quanto mais souber, mais útil será no futuro. Toda a informação é bem-vinda, e estas iniciativas são perto de onde vivo e estudo, não me custa vir e como soube destas ações de voluntariado pelo Núcleo de Estudantes de Biologia da Universidade de Coimbra. A primeira vez, juntei-me a uma iniciativa de plantação de plantas autóctones, aqui no polo II, isto foi antes da pandemia, com a COVID-19 ficou tudo parado e agora que retomaram as acções voltei a vir, e juntei-me antes desta, à acção de controlo da erva das pampas e foi tão divertido que voltei.


2. O que entende por espécie invasora?

Espécie invasora, eu entendo, não a definição técnica, é uma espécie que não está no seu habitat natural, e neste habitat no qual se instalou, não tem um controlo externo, nomeadamente predadores e compete com as espécies nativas desse habitat de uma forma não “justa”.


3. Que conhecimento possui acerca de invasões biológicas?

O conhecimento que tenho não sei de onde o obtive, mas já é anterior a estas acções, mas é aumentado e solidificado em iniciativas como esta.

 

O que sinto que preciso, e acho que falo pelas pessoas na minha situação, o que precisava para me motivar a vir a estas acções é saber exatamente como ir, como chegar e etc. Como não tenho carro, tenho de estar à mercê dos transportes públicos. E por isso estou a pensar partilhar como chegar, detalhadamente a informação de como participar.



Gabriela, 2º ano de Biologia na Universidade de Coimbra, natural do Brasil


1. O que o motivou a participar nesta Semana Nacional Sobre Espécies invasoras, que decorreu de 10 a 18 de Outubro, pela primeira vez em Portugal!

Soube pelo meu colega Tomás, e esta é a minha segunda acção.


2. O que entende por espécie invasora?

É uma espécie que não é originária do lugar em questão e por não ter as pragas responsáveis pelo controlo da sua existência, ela consegue-se propagar muito. E o problema é a competição pelos recursos com as espécies naturais e pode até causar extinção.


3. Que conhecimento possui acerca de invasões biológicas?

O meu conhecimento advém de uma palestra chamada MeetEco, sobre algas invasoras e foi aí que eu fiquei a tomar conhecimento, foi aí e na aula de Diversidade Animal.



Beatriz Neves Ferreira, 20 anos, 3º ano de Biologia na Universidade de Coimbra


1. O que o motivou a participar nesta Semana Nacional Sobre Espécies invasoras, que decorreu de 10 a 18 de Outubro, pela primeira vez em Portugal!


Faço parte do núcleo de estudantes de biologia no núcleo de intervenção cívica e acho que é uma óptima iniciativa, apesar de achar que é complicado e complexo, controlar todas as plantas invasoras, mas temos de começar por algum lado e juntamento com as invasoras.pt que permitem o voluntariado e que diversas pessoas se juntem, para tentar fazer deste um sítio melhor. Dentro do núcleo tentamos dinamizar este tipo de actividades, mas há pouca adesão. Mesmo sendo estudantes de biologia, muitos não gostam de ir para o campo, e para já não há muito interesse, mas talvez cresça com o tempo. Acho que as pessoas hoje em dia, preferem actividades que não impliquem estar ao sol ou ao frio, e a fazer esforços físicos. Os meus colegas, mesmo tendo noção de que é uma problemática não sentem que ainda é importante tomar ação, talvez por não perceberem a proporção deste problema, quanto à sociedade em geral aí sinto que é falta de conhecimento.


2. O que entende por espécie invasora?

Espécie invasora é uma espécie que vem de outro habitat (ou seja, que não é o mesmo que está a invadir) que se propaga sem a ajuda do ser humano conseguem dispersar-se por quilómetros e quilómetros de distancia


3. Que conhecimento possui acerca de invasões biológicas?

O meu conhecimento é mínimo, mas estar envolvida nesta iniciativas, não só faz bem para o ambiente, mas para mim também me proporciona bem estar por me fazer sair de casa e apanhar ar, e participar nestas iniciativas é importante para o conhecimento geral de qualquer biólogo em formação, percebendo os problemas para além da área de estudo que cada um quer seguir. É importante ter o conhecimento mais transversal possível, para se ser um melhor profissional, mas também melhor cidadão ou cidadã.



Paulo Santos, 39 anos, 2º ano de Biologia


1. O que o motivou a participar nesta Semana Nacional Sobre Espécies invasoras, que decorreu de 10 a 18 de Outubro, pela primeira vez em Portugal!

O primeiro contacto que tive com a temática foi quando estava a fazer voluntariando há uns anos para proteção da florestas pós incêndio, promovido pelo ICN e o IPJ, na Mata de Vale de Canas e fiquei duas semanas sozinho, e para me entreter comecei a sondar o que poderia fazer e surgiu a ideia de arrancar invasoras, e passei muito do tempo de voluntariado a arrancar acácias, estive 15 dias a arrancar acácias.


2. O que entende por espécie invasora?

É uma espécie que está onde não devia estar a fazer coisas que não devia. É uma espécie que está num local do qual não é nativa e historicamente, de um perspetiva evolutiva. Foi deslocada, pela acção humana e tem um comportamento desleal, no sentido de que consegue competir muito facilmente com as espécies nativas e sobrepor-se as estas.


3. Que conhecimento possui acerca de invasões biológicas?

O meu conhecimento advém do meu interesse por biologia e ambiente, e sobre invasões biológicas também é a casualidade da participação em acções deste género.



Estudante de Engenharia do Ambiente


Joel Vaz, 2º ano de Engenharia do Ambiente na Universidade de Coimbra e Natural de Cabo Verde


1. O que o motivou a participar nesta Semana Nacional Sobre Espécies invasoras, que decorreu de 10 a 18 de Outubro, pela primeira vez em Portugal!

Eu acho que é uma actividade muito fascinante e enriquecedora do meu conhecimento, como futuro engenheiro ambiental e o meu incentivo é aprender mais e mais. É a segunda acção, e certamente não será a última.


2. O que entende por espécie invasora?

São espécies que não são nativas daqui, são de outros países e que foram trazidas pelo ser humano e com o decorrer do tempo, vão-se adaptando, ao clima e ao espaço e espalham-se fazendo com que as espécies nativas fiquem sem espaço para crescerem e tomam o seu espaço.


3. Que conhecimento possui acerca de invasões biológicas?

Através das formadoras destas acções, e também em Cabo Verde, sendo uma ilha colonizada, tem também espécies invasoras levadas pelos europeus.



Ciências Biomédicas e outras


Cláudia Cavadas, 52 anos, Licenciada em Ciências Farmacêuticas e Doutorada em Farmacologia e actualmente é Vice-Reitora da Universidade de Coimbra


1. O que o motivou a participar nesta Semana Nacional Sobre Espécies invasoras, que decorreu de 10 a 18 de Outubro, pela primeira vez em Portugal!

É cada vez mais importante divulgar actividades como esta, e o facto de existir um desconhecimento geral sobre o que são espécies invasoras que estão, infelizmente, por todo o lado torna iniciativas como esta progressivamente mais importantes. Como não sou da área das ciências biológicas queria tentar perceber e saber mais e como actuar melhor e poder vir a influenciar muita gente, pela positiva, tomando partido da posição privilegiada do meu cargo actual, como vice reitora para a investigação, poderei chegar a muita gente. É cada vez mais importante haver um conhecimento transversal e informado de pessoas em cargos importantes e com infuência.


2. O que entende por espécie invasora?

Espécies invasoras, pelo que aprendi com as invasoras.pt, nomeadamente com a Hélia e com a Elizabete Marchante, são espécies que têm uma capacidade muito grande de resistência de se fixarem numa área e vão invadindo os terrenos nos quais estão. Quando se instalam vão contribuindo para a perda de biodiversidade. Muitas vezes estas são bonitas esteticamente, como por exemplo a erva das pampas, ou até mesmo a acácia mimosa, que promove mais a invasão, pois há um esforço, de quem desconhece a realidade de estas serem espécies prejudiciais, para as proteger, manter a cultivar.


3. Que conhecimento possui acerca de invasões biológicas?

O conhecimento que tenho de invasões biológicas, provêm das actividades de comunicação de ciência promovidas pelas invasoras.pt, especialmente Hélia e com a Elizabete Marchante. Tenho em mente um evento em particular, um projecto em conjunto com a Ciência Viva, que consistiu na promoção da aplicação para promover a ciência cidadã no mapeamento das espécies invasoras, como já estava envolvida na comunicação de ciência, mas numa área de conhecimento distinta, neurociência, cruzamo-nos neste ambiente de comunicação de ciência e conheci melhor o que eram espécies invasoras e as iniciativas que estavam a decorrer. Foi a comunicação de ciência a funcionar!



Ana Carvalho, 35 anos, Investigadora de Neurociências no Instituto de Investigação Interdisciplinar e Comunicadora de Ciência.


1. O que o motivou a participar nesta Semana Nacional Sobre Espécies invasoras, que decorreu de 10 a 18 de Outubro, pela primeira vez em Portugal!

Já colaborei previamente com as invasoras.pt e criei, num instituto onde trabalhava previamente uma equipa que colaborava regularmente e activamente para a plataforma de ciência cidadã invasoras.pt com o mapeamento de espécies invasoras. Acabou por se desvanecer, mas sempre acompanhei, e encontrei a iniciativa da SNEI, e em conversa directa com a Elizabete Marchante, pedi mais informações para dinamizar dentro do meu instituto, os 3Is e aqui estamos!


2. O que entende por espécie invasora?

Uma espécie invasora é uma espécie, vegetal animal, etc. que de alguma forma altera o ecossistema por competir com as locais/ou autóctones.


3. Que conhecimento possui acerca de invasões biológicas?

O conhecimento que tenho advém de previamente ter contactado com a plataforma, e por indicação da Elizabete Marchante, tive acesso a um livro de plantas Invasoras em Portugal, e nestas acções mais práticas como a de hoje de controlo biológico também vou ganhando conhecimento, mas com a triagem que fiz por colaborar para a plataforma fui conhecendo as plantas invasoras em Portugal e aprofundei muito o meu conhecimento quando colaborei directamente com as invasoras.pt.



Artes


Manuela Nogueira, 50 anos, Arquiteta


1. O que o motivou a participar nesta Semana Nacional Sobre Espécies invasoras, que decorreu de 10 a 18 de Outubro, pela primeira vez em Portugal!

Gosto muito da minha cidade (Coimbra) trabalho na universidade e conheço bem a realidade do Polo II, e como é fustigado pela presença de espécies invasoras e sabendo desta possibilidade de fazer algo efetivo e prático para melhorar este habitat, não podia deixar passar.


2. O que entende por espécie invasora?

A minha definição de espécie invasora, é algo que pode afetar o nosso ecossistema, e é algo que é mais prejudicial que benéfico, é maioritariamente prejudicial, pode prejudicar outras espécies. Por exemplo, as acácias, facilmente densificam zonas de mata autóctone e tornam as áreas nas quais se instalam, mais suscetíveis a incêndio e mais perigosas, também. Uma espécie invasora é uma espécie má, e muitas pessoas creem que não lhes afeta directamente, mas claramente que sim, que afecta.


3. Que conhecimento possui acerca de invasões biológicas?

O conhecimento que tenho sobre invasões biológicas obtive de ver, de ler, de ouvir falar, de passar na estrada e ver, da experiência da vida…



Ciências Sociais


Assistente técnica na faculdade de medicina e estudante de sociologia, 52 anos.


1. O que o motivou a participar nesta Semana Nacional Sobre Espécies invasoras, que decorreu de 10 a 18 de Outubro, pela primeira vez em Portugal!

Venho porque como o meu trabalho me “obriga” a estar o dia todo fechada e quero e gosto de estar em contacto com a Natureza, acho um projecto muito interessante e como desconhecia, vim à descoberta e já tenho vindo algumas vezes a iniciativas deste género. Eu acho que é importante estar na natureza, eu sinto-me bem e é algo que noto que preciso e principalmente agora depois de estar tanto tempo em casa, devido ao confinamento imposto pela pandemia COVID-19. Eu sinto que estar na natureza me dá um bem estar, que além de físico é mental. E em iniciativas como estas, além de ser ao ar livre, vai-se aprendendo muitas coisas e estamos em contacto com pessoas com diferentes backgounds e áreas de trabalho, o que é sempre muito enriquecedor.


2. O que entende por espécie invasora?

É uma planta que não é autóctone, que não pertence ao local e que prejudica o habitat. Dou o exemplo da época dos incêndios, um dos problemas é haver tantas plantas invasoras (acácias e eucaliptos que potenciam o fogo) e não plantas naturais dos sítios, isso permitiu que os incêndios tomassem uma escala muito maior.


3. Que conhecimento possui acerca de invasões biológicas?

O conhecimento que tenho foi do que aprendi aqui, nesta iniciativa e em outras semelhantes, das acções.



Crianças


Tomás, oitavo ano.


1. O que o motivou a participar nesta Semana Nacional Sobre Espécies invasoras, que decorreu de 10 a 18 de Outubro, pela primeira vez em Portugal!

A mãe e as ferramentas, gosto de participar activamente de mexer nas plantas.


2. O que entende por espécie invasora?

É uma espécie que se espalha muito rápido num sítio sem a ajuda do Homem, e vem de outros países, normalmente.


3. Que conhecimento possui acerca de invasões biológicas?

O que conheço vem das conversas e do que aprendo com a mãe e com a tia, de vir às actividades práticas e saídas de campo. Eu conheço a acácia de espigas, a acácia mimosa a cortaderia, as canas, espanta lobos, os bons dias, o jacinto de água, a haquea, e o chorão das praias.



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