top of page
Foto do escritorSPECO

Associações Preocupadas Com Permissão De Construção Em Solos Rústicos

A SPECO é uma das 16 organizações ambientalistas que alertam para os riscos ambientais e sociais de permitir a construção em terrenos rústicos, destacando alternativas sustentáveis para resolver a crise habitacional sem comprometer recursos naturais essenciais.


Lisboa, 19 de dezembro de 2024 - 16 organizações ambientalistas e especialistas em gestão

territorial enviaram hoje uma carta aberta ao Governo expressando preocupação com a sua

recente decisão de permitir a construção em solos rústicos. Os signatários evidenciam as

características naturais essenciais dos mesmos, sendo adequados para atividades agrícolas,

florestais, de conservação e lazer, além de desempenharem um papel crucial na proteção

contra riscos ambientais, e sublinham que existem alternativas viáveis para resolver a crise

habitacional que não põem em causa estes recursos naturais.


“Embora reconheçamos a gravidade da crise habitacional e a necessidade de soluções

acessíveis, acreditamos que a construção em solos rústicos criará mais problemas do que

soluções. Estudos indicam que a questão habitacional é essencialmente um problema de

mercado, e há alternativas viáveis que não comprometem este recurso insubstituível”, afirmou

Maria Amélia Loução, porta-voz dos signatários.


Os solos rústicos enfrentam ameaças crescentes devido à degradação ambiental e à

urbanização descontrolada. Segundo relatórios da ONU, o atual ritmo de degradação global

poderá reduzir drasticamente a produção de alimentos nos próximos 20 anos, colocando em

risco a segurança alimentar mundial. Em Portugal, 54% dos terrenos agrícolas já estão

degradados, e apenas uma pequena parcela apresenta elevado potencial agrícola.

A legislação proposta também contradiz compromissos internacionais, como a Diretiva

Europeia de Monitorização do Solo e o Tratado Kunming-Montreal, que priorizam a

preservação dos solos e da biodiversidade. Além disso, o licenciamento de construções em

solos rústicos pode levar à fragmentação de terrenos agrícolas, à destruição de florestas e à

necessidade de infraestruturas adicionais, agravando o impacto ambiental e aumentando os

custos públicos.


Para as 16 organizações, há soluções sustentáveis e eficazes para a crise habitacional. A

reabilitação de edificações urbanas degradadas e o aproveitamento de terrenos urbanizáveis

ainda não utilizados devem ser priorizados, assegurando habitações sociais acessíveis em

áreas bem servidas por infraestruturas.


Os signatários pedem assim ao Governo para que reconsidere esta decisão e promova uma

ampla discussão pública sobre o tema, envolvendo especialistas, organizações não

governamentais e a sociedade civil. Reiteram que o solo é um recurso não renovável e

essencial para garantir o bem-estar das gerações atuais e futuras.


Os signatários desta carta - A ROCHA, Acréscimo, ACSA, ADPM, AEPGA, ALDEIA, Almargem,

ANP|WWF, FAPAS, GEOTA, LPN, Palombar, Quercus, SPEA, SPECO, e Zero, solicitam uma

audiência com o Primeiro-Ministro para apresentar argumentos detalhados e propor

alternativas que não comprometam a sustentabilidade do país.


Leia a carta aberta na sua totalidade abaixo.



Saudações ecológicas.

Comentarios


bottom of page