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Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias | Vencedores da Edição 2019


Já são conhecidos os vencedores da edição 2019 do Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias, organizado pela SPECO - Sociedade Portuguesa de Ecologia. Os três primeiros classificados irão receber o prémio e apresentar o seu trabalho no 18º Encontro Nacional de Ecologia que, este ano, decorre simultaneamente ao 15º Congresso Europeu de Ecologia a realizar de 29 de Julho a 2 de Agosto na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.


Francisco Pina Martins, Adrià Lopez Baucells, investigadores no cE3c (Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e Inês Gomes Teixeira, investigadora no CESAM (Centro de Estudos Ambientais e Marinhos) da Universidade de Aveiro, foram seleccionados como primeiro, segundo e terceiros classificados, respectivamente, pelo júri convidado a avaliar as candidaturas ao Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias.


Francisco Pina Martins desenvolveu o seu trabalho no âmbito de um projecto internacional sobre o sobreiro. Este investigador tirou partido de uma amostragem sem precedentes, com vista à compreensão de como a selecção natural actua nas populações de sobreiro e moldam os padrões de diversidade genética. Este trabalho foi pioneiro ao explorar o DNA nuclear do sobreiro de forma massiva e revelou resultados diferentes dos até então publicados, obtidos com base em marcadores de menor resolução. Nesse sentido implementou um método de “Risk of non-Adaptedness” (RONA) que lhe permitiu estimar a dimensão de alterações genéticas que as populações suportam, e assim inferir o seu potencial de adaptação a mudanças ambientais.. Implementado no sobreiro, indicou-o como potencialmente resistente. Por outro lado, este programa informático constitui uma forma fácil e reprodutível de aplicar o método a outros casos. e é crucial para que se possam tomar decisões informadas sobre gestão ecológica num mundo em rápida mudança.


Adrià Lopez Baucells utilizou ferramentas de bioacústica para monitorizar, de forma mais eficiente, as alterações presentes nas comunidades biológicas e adaptar melhor as directrizes de conservação. Como modelo de estudo usou os morcegos insectívoros para perceber como a bioacústica pode ser usada para responder a questões como os impactos da fragmentação da floresta tropical e a perda do habitat natural na Amazónia. Para além de um guia de morcegos, este investigador determinou ainda o esforço mínimo necessário para detectar alterações ecológicas em comunidades de morcegos, essencial à minimização de custos de investimento.. Comparou, assim, diferentes métodos de amostragem e concluiu que as análises semiautomáticas de vastas quantidades de ecolocalizações representam um progresso crítico para a Bioacústica na era atual do “Big Data”.


Inês Gomes Teixeira desenvolveu ferramentas para apoiar a avaliação da coerência ecológica de áreas marinhas protegidas. Neste sentido, utilizou quatro métodos distintos e inovadores para estimar a conectividade e representatividade biológica ao longo da costa oeste portuguesa. Como espécie modelo usou o mexilhão. Servindo-se de etiquetas geoquímicas para determinar a origem natal desta espécie, de drones para quantificar a biomassa de mexilhão no intertidal rochoso, de um “modelo biofísico” que combina resultados da dispersão larvar com as estimativas de biomassa das imagens aéreas e integrando dados de distribuição e abundância de diversos componentes do ecossistema (aves e mamíferos marinhos, répteis, peixes e comunidade macrobentónica) para a obtenção de hotspots de biodiversidade biológica, conseguiu contributos práticos importantes para o trabalho vigente a nível nacional de avaliação da rede de Áreas Marinhas Protegidas e para o ordenamento do espaço marítimo nacional.


 

Os prémios, no valor de três mil, dois mil e mil e quinhentos euros, são atribuídos, respectivamente, ao primeiro, segundo e terceiro classificados. Os três candidatos terão ainda um bónus de 2 anos com quotas pagas enquanto sócios da SPECO.

O prémio recebeu 9 candidaturas elegíveis, de doutorados com teses defendidas nas Universidades de Lisboa, Coimbra, Aveiro e Minho.

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